03 outubro 2025

Tchau!

Esse rapaz não existe mais. O adolescente que eu fui morreu antes mesmo de mim. Morreu soterrado por frustrações, pelas promessas que nunca se cumpriram, pelos caminhos que se fecharam um a um.


Aquele garoto carregava fé demais para o tamanho do corpo, acreditava que o amanhã guardava milagres. Hoje é apenas pó de memória.


O Vinícius que seria nunca existiu. A verdade é que a morte veio muito antes, discreta, silenciosa, roubando aquele adolescente que sonhava. Foi ele quem morreu primeiro. Restou apenas a sobra, um corpo que envelheceu, mas que nunca mais carregou a chama que tinha nos olhos. O peso da ausência dele é maior do que qualquer queda.


Sou eu quem escreve, mas não sou mais ele. Caminho como casca, sem raízes, sem destino. Falo, respiro, cumpro funções, mas por dentro só há silêncio. Silêncio e cinzas.


Não há retorno. Não há reencontro. Só… tchau.