O que é uma tempestade?
Sempre que ouvi essa palavra, foi simbolizando algo ruim.
Uma tragédia, uma desgraça, um problema, uma tribulação... A tempestade sempre é vista como algo que destrói sem piedade, que invade moradias, que derruba edificações, muitas vezes é o motivo de destruição de cidades inteiras... Algo natural, que o homem não pode conter, e diversas vezes já ouvi sendo usado até como um adjetivo para a "fúria de Deus".
Desde que ouço ministrações a respeito das tempestades, especificamente a relatada no Evangelho (Mt 8, Mc 8, Lc 4) o fim é sempre o mesmo: "em meio a tempestade, confie, pois Jesus está no barco e tem poder para acalmá-la".
E não estou aqui querendo retificar algo que é apresentado explicitamente!
Jesus acalma sim tempestades, Ele tem o controle dos ventos, das águas! Ele tem o poder e o interesse de conter as tempestades da sua vida, quando estas simbolizam as situações citadas acima.
Mas hoje estou aqui para expor uma outra visão de tempestade.
Hoje eu quero falar da tempestade que é o amor de Deus.
Uma tempestade que, diferente das outras, respeita nossa "privacidade", mas quando permitida, é igual todas...
Quando nos permitimos viver a força dessa tempestade, ela age como uma outra qualquer! Vem derrubando muros de mágoa, muralhas de ódio, destrói edificações de medo, inunda porões que serviam para manter pecados escondidos... Vemos tudo ser inundados e impactados com a força da tempestade que é amor de Deus!
E como qualquer tempestade, ela cria um desconforto, causa bagunça, traz à tona coisas que estavam submersas nos mais profundos poços de nossos corações... E é aí que devemos lembrar que como qualquer outra tempestade causadora de inundações, essa também tem suas ondas... Ondas de misericórdia, que levam nossos pecados e culpa para o mar do esquecimento, e que preenchem os buracos que ficam com a mais pura graça! Uma graça sem fim, a qual não vejo definição que se encaixe melhor do que "um oceano".
Apesar de cantarmos isso, será que pensamos no que isso significa?
Se a graça é realmente um oceano, então qual o motivo de ficarmos dentro do barco? Por que nos contentamos em, no máximo, colocar nossos pés para fora?
Por que não nos deixamos ser derrubados pela tempestade no mar de glória?
Por que não nos deixamos afogar nessa graça?
Se o que nos impede de nos jogarmos nesse oceano for o medo "de não saber nadar", de não saber lidar com isso, não nos esqueçamos de que o perfeito amor lança fora todo o medo (1Jo4:18)! Quando nos deixamos ser envolvidos nessa tempestade de amor, não tem medo que nos impeça de pularmos para fora do barco! Sejamos inundados pela graça!
Se a tempestade realmente simboliza fúria, então que esse amor furioso invada nossos corações!
Eu particularmente preciso desse amor! Eu necessito me construir todos os dias! Trocar o caos por paisagens de esperança, edificações de amor, caminhos de fé!
Convido você hoje a permitir a tempestade a entrar e inundar tudo!
Convido você hoje a se jogar do barco! Não tenha medo!
Se o amor de Deus for realmente uma tempestade, deixe que ela invada seu coração! Se a graça realmente for um oceano, afoguemo-nos!